segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

a vida é mesmo coisa muito frágil

uma bobagem, uma irrelevância. ♫

Hoje, muitas pessoas a minha volta estão de luto. Uma pessoa querida se foi, ela era uma garota de somente 15 anos, longos cabelos, um olhar brilhante e um sorriso admirável. Eu não a conheci. Mas o simples fato de ver que uma garota da minha idade, repleta de sonhos, expectativas pro futuro, planos, amigos, se foi, me sensibiliza ao extremo. Meu Deus, por que leva as pessoas? Será que é mesmo verdade o simples clichê de "a missão dela foi cumprida aqui?" Será que é o simples fato de que ela era uma pessoa tão maravilhosa e quiseste ela aí no céu? Se eu pudesse voltar atrás, eu teria conversado com ela uma vez que tive oportunidade. Sei lá, teria puxado um assunto, porque pelo que dizem, foi uma honra pra quem a teve. Mas também são esses que choram hoje por tê-la perdido. Como diz um dos textos mais inteligentes que existem - do Pedro Bial - a morte, é uma piada sem graça. É um exagero. É uma loucura. É uma coisa ridícula. Ela faz nos sentir um nada, ela faz com que sintamos que viemos ao mundo só por vir. Como assim? A pessoa tá ali vivendo, e de repente não está mais? Como assim, nunca mais ouvir sua voz? Nunca mais sentir um toque singular? Nunca mais receber uma ligação daquela pessoa? Como assim, gente? Não ter mais o abraço, não ver mais... E as coisas da pessoa que ficaram pra trás? A morte é ridícula. É a coisa mais ridícula da vida. E é banal, porque a cada segundo morrem pessoas, morrem de qualquer coisa. Acidentes, doenças, tiros, morrem por um tombo. Morrem por um poste que caiu em cima de si. Se tivesse demorado cinco minutos a mais. Se tivesse saído cinco minutos depois. A morte é planejada? Nós somos meros objetos com data de validade. A diferença, é que ninguém sabe qual é. Só sabe-se que tem. E se soubessemos quando íriamos morrer? O quanto mais intensamente viveríamos, sem acreditar que temos todo o tempo do mundo. Como nós aproveitaríamos mais as pessoas e as situações. Não perderíamos tanto tempo estressados, de mau humor, achando que amanhã tudo seria melhor, porque... se o amanhã não existisse e tudo que tivéssemos seria o hoje? Se ela soubesse que íria morrer, quantos lugares ela não teria ido mais? A vida é uma futilidade. Como diz na música que coloquei no inicio do post, é uma bobagem, uma irrelevância. E a eternidade fora daqui, existe? Eu preciso saber. Eu quero saber. O simples fato de acabar pra mim não existe. Eu não aceito o fim, é injusto demais. É injusto para os pais que deram de tudo pra filha, apostando no futuro dela, querendo ver ela se formar daqui uns anos, e depois fazer uma faculdade e talvez se casar. É injusto pra ela não ter tido a oportunidade de viajar pra onde mais quisesse, é injusto para os seus amigos não terem dado um último abraço. É simplesmente injusto. Tanto quanto involuntário, tanto quanto banal, tanto quanto doloroso. A normalidade é morrer, nós nascemos pra percorrer esse processo, tudo o que vivemos é só mera consequencia. Mas não é justo! Pra quê temos a vida se ela vai acabar? Todos os clichês nessa hora não cabem. A dor, a raiva, as perguntas. Não há outra alternativa se não, a conformidade. Se não seguir as nossas vidas sem a pessoa, vivendo como vivíamos quando ela estava ali, mas ops! Cadê ela? Ela morreu. Simplesmente, ela morreu. Ela partiu, ela não volta. E isso dói, caralho, como isso dói. Dói de uma forma singular pra cada um. E não é uma dor que passe com curativo, com uma reconciliação. É uma dor que não passa. Então cabe a nós acreditar que a pessoa vai para um lugar melhor. Para nos confortar um pouco. É só isso que nos resta fazer agora: se conformar e... acreditar. Fé e força. Um dia o sorriso sai involuntariamente. Só não permitam a pessoa morrer no lugar mais especial de todos: dentro de si. Fé e força, gente! Lembram do sorriso dela? Agora é a vez de vocês, sorrirem por ele!

Existe muito mais entre o céu e a terra que a gente não vê. Não temos a compreensão de tudo, mas para tudo tem uma compreensão. Não esqueçam disso.

XoXo, Kauana Amine.

Um comentário:

  1. Tão complicado falar sobre a morte. Quem será digno de qualquer resposta sobre ela? Quem é inteligente o suficiente para enter o porquê de sua existência? Quem é crente o bastante para não sofrer diante dela? Quem?

    Sim, só resta continuar.
    Belas palavras, e mais que isso, verdadeiras e intensas palavras.

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