quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

constante.

Fevereiro, 11, 2010 - 02:15.

O crepúsculo se aproxima, depois de um dia que passou rápido. A noite vem, velha rotina, todo mundo para o misterioso sono... Quando as portas se fecham, eu suo frio. Outra noite, insônia, pesadelos, dor. Momento de ficar sozinha, só eu e meus pensamentos. Talvez uma musica e umas palavras antes de dormir, mas logo eu sei, que a hora chega. A hora em que eu me vejo distante, ou mais próxima de tudo, onde pensamentos voam, e insistem em permanecer... O silêncio me domina, e me incomoda ao mesmo tempo. O fracasso, por me deixar vencer. As lágrimas que molham o meu velho coração. E não, não é o que fica dentro de mim, ele também, mas o que me refiro, é um tipo de travesseiro, que vem me acompanhado a anos. Que consentiu minha dor inúmeras vezes. Que levou umas mordidas, em um momento de raiva. Que sentiu a minha leveza, em uma noite tranquila, sem pesadelos. Que em alguns momentos, foi o abraço que eu queria receber. Foi minha dúvida, ou minha resposta, de um “boa noite” vencido pelo cansaço do dia corrido. O ser humano é um tipo de objeto recarregável. E não quero contradições. Caso contrário, porque dormiríamos? É um tanto curioso. Saber onde vagamos nessas horas, se os sonhos que tivemos, estivemos onde sonhamos mesmo, ou foi apenas força da imaginação. Já ouvi várias vezes a frase, que uma boa noite de sono, era tudo o que se precisava... Não o meu caso, bom, talvez as vezes. Quando eu preciso da certeza de um novo dia, como se fosse uma nova chance de nascer. É estranho pensar assim, mas é como eu penso, é meio confuso, mas no fundo está tudo perfeitamente claro para mim. Por isso que o fracasso de quando meu dia não foi o que eu esperava, me incomoda tanto. Por isso que quando os planos que eu fiz não deram certo, me perturba. Por isso que quando eu esperei uma ligação e ela não chegou, eu deito estressada. E demoro a dormir. E o pior, é que talvez eu goste disso... Talvez seja ingênuo de minha parte, acreditar que eu simplesmente tenho um tipo de insônia. Talvez eu goste da noite, talvez eu goste de sentir esse medo, essa presença, esses calafrios. Talvez eu goste de fechar os olhos e me concentrar no meu mundinho de fantasias, de desejos, de sonhos, de momentos. Que existiram ou não. Talvez eu goste de ficar criando teorias em minha mente, antes de dormir. Mesmo que eu as esqueça depois. Talvez eu goste de escrever, de ler, ou de conversar, quando é proibido. Quando não é normal, pra qualquer outro que está "descançando". É legal. E no meu caso, confortante e vicioso. Falar das pessoas, do dia, do que sinto, plena 4hs da manha. Ouvir os pássaros, imaginar que nesse exato momento, tudo esta acontecendo. Alguém partiu dessa vida. Alguém está se sentindo a pessoa mais feliz porque realizou alguma coisa. Alguma criança acabou de nascer. Algumas amigas estão comemorando alguma coisa, nesse exato momento, milhões de respirações, alguns corações dançando num só ritmo, alguém caindo, alguém se fortalecendo. E eu, e eu... aqui escrevendo, na minha inconstância da noite, em plena 02:39 da manhã. Penso em virar pro lado e tentar ir para um mundo nesse instante, que nem eu sei ao certo qual é. Mas está tão viciante ficar aqui, falando o que eu penso. Mas de fato, eu não quero deixar essas palavras mais confusas do que já estão. Amanhã vou pegar estrada, nada muito longe, volto amanhã mesmo. Duas horas na estrada, ou até menos, alguns chimarrões, algumas conversas, visões, paisagens, e de fato, milhares de pensamentos. Amo isso, e dessa maneira, eu me recarrego, me satisfaço, e tudo mais. Um tanto curioso. Mas sei lá, não esperem que eu vá fazer um texto tão normal, com esse calor, que de fato, aqui debaixo está me agoniando, preciso respirar...

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