domingo, 10 de outubro de 2010

Eu, Indecifrável.

É uma sensação estranha. Simples assim. E no momento que eu compartilho ela com palavras, com alguém ou até mesmo penso nela, parece que já estou banalizando. É algo tão singular, tão meu, que parece inútil tentar falar. E isso é estranho pra mim também, acredite. Eu me sinto estranha. Parece que todo o ar não é suficiente para me manter bem. Tem alguma coisa me sufocando. E quando alguém me fala, que se sente estranho também, eu entendo perfeitamente. Mas dizer simplesmente que entende o que o outro sente, parece banal também. Porque a maioria das vezes, as pessoas não tem noção do que tu sente. É como conviver com alguém todos os dias, e não saber nada sobre aquela pessoa. Essa sensação me aterroriza. Viver desse jeito me aterroriza. Olhar, conversar e sorrir com algumas pessoas, e depois dizer "até amanhã" é assustador para mim. Porque eu estou planejando uma rotina. Uma rotina que eu sei, que é assim hoje, vai ser amanhã, pela proxima semana, meses e talvez anos. E quer saber? Eu odeio isso. Esse sentimento, construido pela convivencia. Amor mesmo, é aquele que tu não ve todos os dias, que tu não precisa falar todos os dias, mas que tu ama. E tu sabe o que a pessoa sente. E tu pensa nela. E quando tu faz algum pedido, seja pro que for, tu pede pra ela estar bem. E tu se sente mal se ela não estiver. E tu se preocupa de verdade. Faria QUALQUER COISA, mesmo por um sorriso. É isso que há por trás do "eu te amo!" Por isso que é assustador ouvir que me amam, quando não sabem absolutamente nada de mim. Chega a ser ridiculo. Eu lamento pela pessoa e por mim mesma. E sou crucial quando faço isso, eu sei. Mas sou assim. E prefiro ser assim, do que ter que dizer que amo, quando não sinto se quer, consideração pela pessoa. Isso também me sufoca. Porque eu não entendo. Eu não entendo que tipo de amor é esse. Tudo bem, eu já errei também. Eu já banalizei também. E as vezes, eu banalizo. Sai um "eu te amo" sem querer, quando na verdade, eu só considero a pessoa. Só que parece que dizer "considero você" é pouco. Como parece que dizer apenas "Eu te amo" é pouco também. Por isso fizemos um texto, enxemos de adjetivos, de verbos, de palavras. Quando só um "eu te amo" bastaria, se entendessem o verdadeiro significado. Ai, eu começei falando de uma coisa e já troquei totalmente o assunto. Mas é que uma coisa leva a outra, sabe. (Pausa: 14:14 *-*) O que eu ia dizer mesmo? Acho que ia voltar a dizer que eu me sinto estranha por ser assim. E por deixar que as pessoas se apropriem de mim, tão rápido. A gente se acostuma, é simples assim. Mas eu não quero me acostumar mais. Eu sou egoísta nesse ponto. Eu não escrevo o nome de ninguém na minha história (e até mesmo na lista da minha festa, digasedepassagem), se a pessoa não tiver, realmente um significado pra mim. Mas um significado mesmo. E as vezes, pessoas com quem eu falei um único dia, significam mais do que algumas que eu convivo e falo sempre. As vezes, pessoas que estão a quilometros de distância, significam muito mais. E aí me dizem que eu sou idiota por isso. Por amar pessoas que eu não sei como são de verdade. Tá aí o segredo: Eu sei como elas são de verdade. Porque eu sei o que elas sentem. Eu tô falando de SENTIMENTOS. Não sei como elas se vestem, que gosto elas tem, como elas andam, talvez não saiba também, o jeito que elas sorriem. Mas eu sei, o que elas sentem. E saber o que alguém sente, vale muito mais, de saber como a pessoa -aparentemente- é. Porque na verdade, o que tu sente, é o que tu é. Só que as pessoas, estão ocupadas demais, pra ver isso. E aí acaba virando essa banalização toda. Essa aparencia toda. Sabe, as vezes, eu penso que eu queria ser mais normal. Eu queria me sentir normal, como as outras pessoas se sentem, quando falam de outras pessoas. Mas eu não consigo. Parece que é perda de tempo. E eu me sinto enjoativa quando eu penso assim. Porque, eu tento fazer com que tudo seja diferente sempre? Porque eu sou absolutamente extremamente absurdamente coração? Eu não sei ser normal. Eu não sei inventar histórias, não sei matemática, física, química. Também não sei decor tudo que a gente tem no corpo. Pra que a gente aprende isso, afinal? Eu acho tão idiota, desculpe. Mas é idiota ficar resolvendo um bando de cálculos, sem fundamento nenhum. O que isso vai influenciar? Acho que na escola, eles tinham que ensinar mais sobre as pessoas. A gente leva isso muito mais pra nossa vida, do que números. Porque eles não ensinam? Porque é muito mais complicado, óbvio. Me peça para falar sobre futebol, que eu não sei nem quem ganhou a copa do brasil. Agora, me peça para falar sobre preconceito, sentimento ou pessoas, que eu falo, falo e ainda assim parece que não falei tudo. É estranho isso. Porque mesmo sabendo, o que mais importa, eu tento me incluir no normal. E fico tentando entender, porque eu tento me incluir. Eu queria uma vida diferente, simples assim. Eu queria que as pessoas, não mudassem. Queria viver viajando. Viver ouvindo histórias diferentes. Histórias que as vezes as pessoas querem falar, mas que só estão incluídas nas lembranças delas. Histórias que as pessoas tem medo de falar até pra elas mesmas. Histórias que nem mesmo quem viveu entende. Talvez porque eu também precise de alguém, que ouça as minhas histórias. Só que cada vez que eu falo alguma coisa, parece que não é interessante pra quem vai ouvir, ai eu calo. E escuto. É bom, mas é estranho ao mesmo tempo. Porque existem pessoas, que gostam de mim, só por isso. Mas que nunca me ouviram de verdade. Que se quer sabem o que eu sinto de verdade. Demorei meia hora aqui, para soltar palavras e mais palavras. Que talvez não tenham significado algum, ou tenham todos os significados do mundo. Mas, eu precisava disso, sabe? Precisava chorar um pouco. Precisava ouvir uma música que descrevesse tudo (está no post abaixo *-*) Precisava me sentir literalmente sozinha, para ir agora, pegar o telefone e ir fazer alguma coisa. Qualquer coisa. Ou para simplesmente ir -tentar- fazer meus exercicios de fisica. Tá vendo? Já voltei ao -aparentemente- normal de novo. É simples assim.

2 comentários:

  1. Eu poderia fazer milhares de comentários sobre o que você escreveu, mais nada se compara com aquilo que eu senti lendo isso. E por incrivel que pareça não senti preguiça nenhuma de ler tudo isso. Foi muito bom mesmo. Algo interessante. Algo que mostra a realidade da vida, além do que os olhos veem, nada clichê. Infelizmente as pessoas vivem muito na teoria, gostam de criar e complicar a vida :(

    ResponderExcluir
  2. "Porque na verdade, o que tu sente, é o que tu é."
    Sabe Kau, é como te ouvisse a cada frase. E eu sinto tanato isso todo dia, essa necessidade de ser normal, essa estranhesa toda que já me adaptei. Mas sabe de uma coisa Kau, de todas as pessoas que eu conheço posso dizer que você é a mais normal de todas, porque você é autentica e acima de tudo isso você sente. E sempre vou ressaltar isso, que nem sempre o que os outros dizem ser normal é, porque não é, talvez pra eles sim, mas saiba que o normal é ser diferente e essa é nossa teoria!:D

    ResponderExcluir