terça-feira, 17 de janeiro de 2012

É o começo do fim?!

E se hoje fosse o último dia de sua vida? E se agora você pudesse escolher apenas uma pessoa para abraçar? E se tivesse um momento para re-viver? E se pudesse viver algo que sempre quis? E se pudesse estar em outro lugar? E se pudesse mudar alguma coisa? Ou fazendo outra coisa? O que você escolheria? E se simplesmente... as coisas fossem mais fáceis?

Primeira pessoa diz: Meus pensamentos me atormentam, meu refúgio me corrói. As pessoas seguem suas vidas, tudo normal, ouço risadas, ouço vozes falando. Meus olhos suplicam. Meus sonhos gritam dentro de mim. E eu faço de tudo para calar eles. Eu fico olhando atordoada, esperando encontrar algo, que eu nem sei ao certo o que é. Talvez seja esperança. Eu fico repetindo pra mim mesma: "Vai passar." Que nada, toda noite é a mesma luta contra mim mesma. E tem momentos que eu quase consigo, mas depois eu volto aqui onde estou: na estaca zero, como se andasse um passo e voltasse dez. E se a minha necessidade fosse alguém pra me encontrar? E se a minha força estivesse aparentemente visível, mas se a carência estivesse suplicando dentro de mim? Eu não faço parte daqui não... Mas daonde eu faço parte? "Me dê a mão, vamos fugir daqui?" Eu só quero a chance de viver em um lugar feliz... Eu só quero a chance de ver as minhas pessoas felizes. Eu só quero deitar de noite, abraçar alguém e ter a certeza que eu estou segura pra dormir. Eu quero cessar esse medo constante. Eu quero sentir aquela paz rara. Eu quero aprender a lidar com a dor. Aliás, tenho uma dúvia: alguém aprendeu a lidar com a dor? Acho que não... Alguns esfriam, mas não deixam de sentir. Alguns choram por não aguentarem mais. Alguns falam exageradamente e alguns bebem a noite toda. E eu, qual seria meu refúgio? Eu quero que o meu refúgio seja mãos nas minhas e um silêncio confortante. O meu refúgio poderia ser um colo, poderia ser o mar se misturando com o céu no horizonte. O meu refúgio poderia ser enfrentar o mundo... Mas o meu mundo. O meu refúgio podia ser enfrentar e ganhar de mim mesma. Eu preciso enfrentá-lo. Eu preciso ajudar. Mas como, meu Deus? Eu preciso chegar em casa com um sorriso no rosto, dizendo que eu acredito. Que eu acredito que tudo vai ficar bem. Mas eu não sei fingir. Eu quero acreditar... Eu quero levantar. Eu quero viver. Eu quero viver a minha vida. Eu quero as minhas pessoas nela e que o resto do mundo fique como resto mesmo, vivam a vida deles, não a minha, mas a deles. Se eu me tornasse outra pessoa, será que eu me sentiria bem? Eu estou cada vez mais cansando de mim mesma. Eu quero me jogar por completo, mas eu quero que façam isso por mim também. Eu quero compartilhar, eu quero dar a metade de mim, incluindo medos, anseios mas também a melhor parte. E assim viver momentos maravilhosos... Essa é a minha intenção. Eu quero que isso tudo pare, por favor, eu preciso. Eu preciso mais do que nunca. Pois é, acho que estou crescendo.


Quem sabe entende. Quem se importa pensa que: A garotinha estava crescendo, foi conhecendo as pessoas de verdade. Foi se decepcionando com pessoas que não esperava. Algumas de suas amigas eram desconhecidas, eram pessoas que não olhavam mais no olho, que não se importavam mais, que não faziam questão de dividir o que acontecia com elas, que não corriam atrás. A garotinha foi se decepcionando tanto. Foi se sentindo tão vulnerável, tão triste... A garotinha precisava que as coisas melhorassem, mas a vida fora sacana com ela. A vida fora injusta, e ela não entendia... Logo ela, que não fazia mal pra ninguém. Ela estava mudando. Ela queria matar algumas pessoas no seu pensamento, pra não doer mais. Ela queria mudar outras. Ela queria inverter o certo e o errado. Ela odiava a sociedade. Ela se sentia presa, sufocada, ela se sentia perdida. Ela chorava e não deixava verem sua fraqueza. Ela se sentia especial quando diziam que seu sorriso era lindo, na frente dos outros ela sorria. Mas ela andava precisando tanto de colo... Tanto. Agora mais do que nunca tinha precisado na sua vida. A garotinha, que agora já não era mais garotinha, queria um lugar diferente, um sentimento diferente, uma felicidade diferente... Mas isso não dependia só dela, então ela chorava. Ela se sentia vulnerável. Ela sentia raiva. Ela não entendia... Ela precisava... Ninguém via. Mas agora, cade a garotinha?

A letra do momento, se prestar atenção nas entrelinhas você entende: ♪ Deixamos pra depois uma conversa amiga, que fosse para o bem, que fosse uma saída. Deixamos pra depois a troca de carinho, deixamos que a rotina fosse nosso caminho. Deixamos pra depois a busca de abrigo, deixamos de nos ver fazendo algum sentido... Amanhã ou depois, tanto faz se depois for nunca mais. Nunca mais. Deixamos de sentir o que a gente sentia e que trazia cor, ao nosso dia-a-dia, deixamos de viver o que a gente vivia, deixamos de levar em conta a alegria, deixamos escapar por entre nossos dedos a chance de manter unidas as nossas vidas. Amanhã ou depois, tanto faz se depois for nunca mais. ♪

Confuso? Minha vida não está diferente agora. Sem mais.

3 comentários:

  1. É diferente ter que vir aqui, ler e comentar de modo que de uma certa forma eu conheço as entrelinhas, eu soube de algumas coisa através de suas próprias palavras. Acho que assim é mais difícil, parece que a responsabilidade de entender é maior. Mas eu entendo, você sabe que sim. E eu espero que saber disso, já lhe traga algum descanso, porque não há o que ser dito agora. A vida é dura e a gente tem que crescer, pra alguns raros isso acontece mais cedo e de forma mais intensa, então que bom que você é rara, que bom que foi uma das escolhidas - a dedo, aposto. Você só precisa saber disso: Seja forte, porque ninguém nem nada vale o seu tormento.

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  2. não tenho o que dizer além de: uau, que texto lindo.

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  3. Texto perfeito! Estou seguindo, ficaria grata com sua visita e siga se gostar!
    http://fazdecontatxt.blogspot.com

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