domingo, 19 de junho de 2011
você se habitua.
Uma das coisas mais frustrantes da vida, é quando você descobre que as pessoas não precisam da sua pessoa, e sim do que você passa pra elas. São raras as pessoas que gostam de você pelo que você é, primeiramente porque nem metade das que você acredita que te conhecem, sabem quem você é de verdade. Elas se habituam às suas manias, aos seus gostos, aos abraços que você dá. Algumas até gostam da sua voz, do seu cheiro e de coisas exclusivamente suas, mas são raras. É decepcionante quando você passa a entender que não precisam do seu abraço, e sim precisam de um abraço. Não precisam de você porque querem contar algum problema exclusivamente para você, e sim, precisam de alguém que possa ouvir o problema e ter uma reação que os agrade. As pessoas não precisam de alguém específico, ou até precisam, mas isso já são outros casos, diferentes dos que eu vim falar aqui hoje. As pessoas precisam simplesmente de alguém. Ou você acha que elas chamam muitas pessoas de "amor" no decorrer da vida, porque? Tem exceções, claro. Mas vim aqui falar da maioria, da maioria que fala eu te amo, como se fosse bom dia... Muitas pessoas já me disseram isso: Eu te amo. E algumas, eu tive vontade de dizer: vai se fuder. Porque... elas não me amavam. Elas amavam a minha atitude. Amavam o fato de que eu consegui fazer bem pra elas. Amavam derivados de mim, mas não diga que me ame, se não amar de verdade... Se não me conhecer de verdade. Porque eu sou imperfeita, e a maioria só conhece até onde eu permita que conheçam. Eu queria ver quem me amaria mesmo, sabendo tudo de mim. Queria ver, quem estaria do meu lado, mesmo sabendo todos os meus defeitos, os meus complexos, as minhas crises. Eu queria ver, quem estaria comigo se eu perdesse essa razão que me faz ficar uma pessoa agradável diante de todos. Eu não quero mais essa banalização pra cima de mim. Então parem de reclamar dessa sociedade hipócrita, se são vocês que a fazem assim. Pra sobreviver nesse meio? Muito obrigada, mas eu não quero sobreviver. Se eu tiver uma pessoa no meu mundo, e essa pessoa me conhecer de verdade, e eu conhecer essa pessoa de verdade. E se eu me sentir protegida, e me sentir bem, eu não vou precisar de sobrevivencia. Entende o que eu quero dizer? Eu tô desabafando mesmo, porque eu não aguento mais esse monte de "eu te amo" enquanto não sabem o que isso significa. São crianças, que falam pra qualquer um o que não dizem pros próprios pais. E eu fico aqui... pensando se tô fazendo certo em falar pra quem eu falo. E eu chego a conclusão que sim. Que dos que eu digo, eu sei muita coisa. E se eu amo, é pelo que a pessoa é. E se a pessoa fosse diferente, eu não amaria menos. Se mudasse, se fosse negro, gay ou o caralho a quatro, eu não amaria menos. Porque tem alguma coisa na essencia das pessoas que me cativa. E mesmo se quisessem transformar isso, eu sei, no fundo como a pessoa é. Mas quem sabe de mim? De quem eu posso esperar reciprocidade? Me dizem que pra receber, tem que dar, mas o que fazer quando você dá muito e parece que não recebe? Quando você faz de tudo pra alguém sorrir, e essa pessoa, quando sorri, sai por aí... distribuindo sorrisos, mas nem sempre sorri pra ti de volta. O que você faz? Eu acho rídiculo quando as pessoas mudam porque descobrem alguma coisa, e esquecem de tudo. Eu acho ridiculo tudo isso. Eu tô cansada de viver nesse meio. Onde todo mundo fala mal de todo mundo, e no final estão abraços e beijinhos e depoimentos e fotos. Eu tô frustrada demais pra ficar nesse meio todo. Dá vontade de fugir por aí. De berrar: Porra, eu sou a única diferente? Eu sou a única com futilidades diferentes? Porque ao mesmo tempo que eu entendo tanto das pessoas, eu me frustro tanto. Acho que me frustro por entender. E tenho vontade de gritar. E geralmente dói. E eu queria ser diferente, queria ser como todo mundo. Queria me importar com o que todo mundo se importa, queria julgar as pessoas... Mas eu sou isso aí. E eu não sei se eu me orgulho ou se eu lamento por isso, eu não sei...
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